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Saúde

Mãe depois dos 40

Número de mulheres que engravidam após os 40 anos cresce 49% em duas décadas

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“A maternidade fez nascer outra mulher. Uma mulher que é plus, com mais capacidade para amar, perdoar e fazer, além de me tornar mais intuitiva e valente”. A frase é da empresária Regiane dos Reis Fernandes que teve o segundo filho, Antônio Fernandes Pantano, de 3 anos, após os 40 anos. Ela também é mãe do sapeca Fernandes Pantano, de 8 anos, e afirma que na primeira gravidez se tornou uma mulher empreendedora porque pediu demissão do emprego e abriu o próprio negócio, motivada pela nova fase em sua vida, mas confessa que a segunda  gestação foi mais fácil emocionalmente. “A idade sem dúvida nos traz isso. Aproveitei a segunda gravidez para diminuir a carga horária de trabalho e assim curtir a infância de um filho e a chegada do outro”, afirma Regiane, que antes de ser mamãe aproveitou para viajar e se realizar profissionalmente. “Acredito que é uma tendência. As mulheres têm estudado mais, trabalhado mais, se casado mais tarde e por isso estão tendo seus filhos com mais idade. Tenho amigas da minha idade que os filhos já estão na faculdade. Brinco com elas que sou mais nova, e que daqui a pouco elas já serão avós”, se diverte.

Igual Regiane, cada vez mais brasileiras optam por ter filhos após os 40 anos. Dados do Ministério da Saúde divulgados em fevereiro mostram que o número de mulheres que foram mães após os 40 anos aumentou 49,5% em 20 anos, passando de 51.603 em 1995 para 77.138 em 2015.As estatísticas de 2015 são as mais recentes e revelam que 72.290 dessas mães tinham entre 40 e 44 anos, e outras 4.475 estavam na faixa etária dos 45 aos 49 anos. Houve ainda 373 brasileiras que se aventuraram na maternidade após os 50 anos – entre elas, 21 já eram sexagenárias quando deram à luz.

A busca por uma melhor colocação profissional e a conquista de estabilidade financeira são apontadas como os principais motivos por essa maternidade tardia. E, é claro, os avanços da medicina na área da reprodução assistida também têm grande parcela de contribuição.“Depois dos 40 anos, quanto maior a idade da mulher, há mais riscos de doenças na gravidez e de anomalias congênitas ao bebê. Esses quadros podem ser minimizados se a gestante tiver alguns cuidados com a saúde e recorrer a exames que identificam possíveis mutações genéticas nas células reprodutoras”, afirma o ginecologistaEdilberto de Araújo Filho, que é especialista em reprodução assistida e diretor clínico do Centro de Reprodução Humana (CRH), em Rio Preto.

O especialista também explica a redução das chances de uma gravidez natural. “Uma mulher até os 30 anos tem de 18 a 20% de chances de engravidar por mês, e em geral leva de seis a sete meses para conseguir. Já uma mulher com 40 anos não tem mais que 8 a 10% de chances de engravidar”, compara.

Congelamento dos óvulos

Mulheres que planejam ter filhos mais tarde podem ser ajudadas pelo congelamento dos óvulos. “É uma ótima opção, desde que o procedimento seja feito até os 35 anos. A mulher passa por um processo semelhante ao de uma fertilização: os ovários são estimulados com hormônios para produzir folículos, e depois os óvulos são aspirados e congelados. É uma maneira de guardar a carga genética para futuramente poder engravidar de forma sadia”, o ginecologista.

 

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