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Comissão vai investigar gasto e suposto desvio de combustível

Números revelam que foram gastos em média 17 mil litros de gasolina nos últimos quatro anos apenas com maquinários da Secretaria Municipal de Serviços Gerais

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Um suposto esquema de desvio de combustíveis da garagem municipal de Rio Preto, entre janeiro de 2013 e dezembro de 2016, durante o governo do ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB), será investigado por CPI da Câmara Municipal. Batizada de “CPI dos Combustíveis”, a comissão foi oficializada na sessão de terça-feira, dia 13, e terá como integrantes os vereadores Pedro Roberto Gomes (PRP), como presidente, Anderson Branco (PR), relator e Renato Pupo (PSD), como integrante. O autor do pedido de criação da CPI, vereador Marco Rillo (PT), acabou de fora da comissão, definida por sorteio, entre os 12 parlamentares que haviam assinado o documento.

Para solicitar a abertura da investigação, Rillo apresentou denúncia de que gasolina e óleo diesel foram retirados de bombas da garagem em galões e tambores destinados ao “consumo interno” da Secretaria de Serviços Gerais, mas que seriam desviados para uso de terceiros.

No requerimento, Rillo deixa clara a possibilidade de apurar se a suposta irregularidade também se estendeu para o atual governo do prefeito Edinho Araújo (MDB). O petista recebeu documento chamado Relatório de Abastecimento por Unidade Analítico, emitido pela Secretaria de Administração, responsável pelo gerenciamento da garagem municipal, onde estão armazenados o combustível da Prefeitura. Segundo Rillo, existem “fortes indícios” de que parte da gasolina e óleo diesel que deveria abastecer o maquinário da Prefeitura, como máquinas de roçar grama e cortadeiras de asfalto, por exemplo, acaba servindo para abastecer, provavelmente, os veículos de funcionários. Este combustível não é destinado ao abastecimento da frota oficial de veículos.

“A gasolina é tirada da bomba que a Prefeitura mantém e vai direto para vasilhames e colocados em recipientes. Não existe um tanque de gasolina como o dos postos que serve em automóveis”, explica. Para o petista, o que chama a atenção é o alto volume de combustíveis, no período entre 2013 a 2016, durante o governo do ex-prefeito. “Não tem controle do consumo interno. A justificativa que me foi dada é que era para consumo da Secretaria de Serviços Gerais”, diz.

A CPI deverá requisitar novos documentos oficiais que mostram o consumo, além de convocar os responsáveis pelo setor. “Os membros da CPI devem se basear nas requisições e na probabilidade destes números no consumo do maquinário do governo”, lembra Rillo. De fora da CPI, o parlamentar afirma que vai “contribuir com informações” para que os integrantes possam fazer uma investigação rigorosa e isenta.

Procurada a Prefeitura informou que “as requisições e gastos com combustíveis são rigidamente controlados. A Prefeitura está à disposição para responder de forma transparente aos questionamentos, como é de praxe neste governo”. A partir de agora a CPI tem 120 os dias para fazer a investigação e apresentar o relatório final com a conclusão de tudo o que foi apurado.

Números elevados

O vereador Marco Rillo apresentou à Gazeta de Rio Preto a quantidade de litros de óleo diesel e gasolina consumidos pela Prefeitura de Rio Preto, entre 2013 e 1016, apenas para abastecer o maquinário que realiza pequenos serviços, como roçada do mato alto e cortadeiras de asfalto. Os números serviram de base para ele solicitar a abertura de CPI no Legislativo. Confira:

Gasolina:

Em 2013: 16.982 litros

Em 2014: 19.700 litros

Em 2015: 18.087 litros

Em 2016: 16.314 litros

Óleo Diesel:

Em 2013: 23.561 litros

Em 2014: 24.265 litros

Em 2015: 23.250 litros

Em 2016: 23.180 litros

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