Redes Sociais

Cidades

O perigo dos drones para aeronaves em operações policiais e aeromédicas

Voos sem prévia autorização e em altitudes não permitidas colocam equipamento em rotas de colisões com helicópteros usado pela PM

Publicado há

em

Os drones, antes vistos como equipamentos de uso recreativo, tornaram-se uma ferramenta tecnológica de grande utilidade, inclusive para a própria segurança pública. Já existem aparelhos utilizados para monitorar o avanço do desmatamento, acompanhar operações em áreas de risco e até ajudar no resgate de vítimas de afogamento ou perdidas em matas. Porém, o uso irregular destas aeronaves não tripuladas pode causar sérios riscos.
No final do mês de maio, um drone quase se chocou contra do helicóptero da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, em Maringá. A aeronave foi acionada para atender uma ocorrência de resgate no município vizinho e, quando estava a uma altura de 150 metros, o piloto precisou fazer uma manobra evasiva para evitar o choque contra o equipamento.
O incidente foi comunicado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Em Rio Preto, voos com aeronaves em serviço da Polícia Militar são frequentes, principalmente pelo helicóptero Águia, que presta auxílio no patrulhamento ostensivo, transportes de órgãos e missões de apoio ao Corpo de Bombeiros durante incêndios. 
“Durante o patrulhamento, respeitando a regras de segurança e a performance da aeronave, estamos acostumamos a realizar os sobrevoos preventivos normais, na faixa dos 500 pés (cerca de 150m). Porém, às vezes, em atendimentos emergenciais, há necessidade de realizarmos voo a baixa altura, abaixo de 150 metros”, explica o Coronel da Polícia Militar Paulo Luiz Scachetti Júnior, que integra o Grupamento de Rádio Patrulha Aérea.
As ocorrências em que é necessário um voo de baixa altura expõe ainda mais o risco de choque com aeronave da PM. Por isso, a recomendação da polícia é que quem esteja no controle de um drone fique sempre atento ao local donde será realizado o voo.
Para o fotógrafo Ferdinando Ramos, o emprego destes equipamentos passou a ser mais uma ferramenta de trabalho. “Utilizo o drone na produção de fotos e vídeos para conteúdo editorial e institucional. As Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA – Remotely Piloted Aircraft) vieram para atuar como coadjuvantes no trabalho. É um novo ângulo de visão. Entendo que é como trocar a lente da câmera”, afirma.
Para o fotógrafo, é fundamental comunicar aos órgãos competentes antes de realizar um voo para evitar incidentes ou acidentes. “A autorização é emitida pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) e traz instruções sobre áreas de pouso e decolagem nas proximidades da área que o profissional vai atuar. Se o piloto de drone seguir à risca as instruções e a regulamentação, além de ter um planejamento de voo, é totalmente possível e viável para fazer qualquer trabalho utilizando os drones sem colocar em risco à população e o tráfego aéreo”, diz. 
Ferdinando comenta ainda sobre o incidente no sul do país. “O que ocorre, como no caso de Maringá, em que o drone cruzou com o helicóptero de resgate aeromédico, é o uso indiscriminado da ferramenta por amadores e profissionais que desconhecem a legislação, apesar da ampla divulgação e orientação por parte dos órgãos competentes”, afirma o fotógrafo. 
Segundo o coronel da PM, “no caso de avistamento de drone durante o voo em área ou condição irregular, será solicitado pela equipe do Águia apoio de uma viatura para que se consiga detectar e localizar o piloto remoto, e a partir daí realizar os procedimentos de fiscalização, e caso se verifique alguma irregularidade, deve-se conduzir o piloto remoto e o equipamento a uma Delegacia de Polícia para o registro da ocorrência”, concluí.

AS MAIS LIDAS